Para mim foi uma honra ter recebido no meu dojo a Sensei Patrícia Guérri. Discípula directa do Mestre Saito, Patrícia Guérri trouxe o espírito e a prática daqueles Kumijo que alguns de nós há muitos anos procurámos aprender em livros e vídeos.
Seria de esperar que aqueles que na nossa escola mais paixão e dedicação mostraram face a esse trabalho estivessem presentes. Talvez nuns minutos aperfeiçoassem aquilo que durante anos procuraram aprender nos livros.
Também não estiveram presentes aqueles que dizem que a nossa escola está demasiado virada sobre si mesma e que, por isso, clamam pelo contacto com o trabalho de outras escolas.
Da nossa escola estiveram presentes apenas 9 praticantes. Já passou um ano sobre este estágio e ainda me custa entender como é que um estágio, num dojo da nossa escola, dado por uma das pessoas que na Europa mais se dedicou à aprendizagem e ensino do Aikido, tenha sido praticamente ignorado.
Alguns disseram que não estiveram presentes porque é um trabalho que não lhes interessa porque é diferente do nosso. Mas não chamamos precisamente «Deaikai» à nossa escola porque valorizamos o encontro com o trabalho que os outros fazem, mesmo que diferente? Claro que este argumento cai por terra quando verificamos que ele vem precisamente de quem mais estudou o trabalho de armas do Mestre Saito.
A grande maioria dos praticantes da nossa escola são adultos e deveriam por isso, em vez de construirem desculpas contraditórias e sem sentido para não aparecerem, dissessem simplesmente: «- Não me apeteceu ir, apeteceu-me antes fazer isto ou aquilo», ou «- Estou cansado do Aikido». Acho que seria muito mais verdadeiro, honesto, correcto e aceitável.
Eu adorei a trabalho no tapete, principalmente o trabalho de armas, e adorei conversar com esta mulher, ouvir as suas inúmeras histórias sobre o Aikido, sobre o seu trajecto e sobre o Mestre Saito.
Quando lhe disse que pela maneira como falava da sua escola parecia que não havia Aikido para além do do Mestre Saito, Patrícia Guérri respondeu: «Para mim praticar Aikido é como estar apaixonada. Para um homem apaixonado continuam a existir as outras mulhres, mas ele fala da sua como sendo a única».
Começamos por mostrar as belezas da Arrábida a Patrícia Guérri e ao grupo que veio com ela. Depois foi a primeira aula seguida de um jantar. No segundo dia foi a aula de armas seguida de um almoço de peixe assado na Avenida Luisa Todi.
Aqui ficam alguma fotos do estágio.









